Quem nunca se deparou com essa pergunta em seu ateliê, seu consultório, ou em uma conversa informal, entre amigos da área artística, ou pessoas que se interessam pela arte.Obviamente, que esta longe de mim, responder a esta pergunta tão capiciosa,que por muitas vezes, levou certas pessoas a crerem que a arte, não se passava de mero entretenimento, sem finalidade alguma.
O que pretendo trazer a reflexão, é do lugar que a arte ocupa em sua vida, seja você artista, arteterapeuta ou não, estudioso da área(ou não), ou apenas alguém que se interessa pela temática, ou ate mesmo para quem não se interessa pela área, e faz questão de propagar meias verdades sobre a mesma.
Não há de se negar, que todos nós em algum momento da vida, nos deparamos com tais tipos de pessoas ,que por falta de conteúdo, maturidade, desconhecem ou não fazem questão mesmo de aprender nada à respeito, e isso vale para todas as áreas.
A grande questão é, como falar de algo, que você nunca viveu? Se você nunca se permitiu, estar em contato com os materiais artísticos, ou com quaisquer outra linguagem artística, como música,teatro,literatura(...) (o que acho bem difícil) mas o quero dizer, e que , como você nunca se permitiu estar como personagem coadjuvante da criação? Como então, posso dizer , que a arte não tem efeito algum sobre a maneira como à sentimos positivamente, sobre como meu corpo reage ao poder da criação, que neurotransmissores, ou áreas especificas do cérebro estão trabalhando enquanto eu produzo,e quando falo em criação, falo em criatividade, e não na estética,não que haja algo de errado, em querer fazer uma produção bela, por que de fato , não há, mais o significado maior de produzir, é ter o controle da situação, do nascimento, da materialização do sentimento vivido por você, naquele momento, ou em outrora.
Cada material, possui uma função terapêutica, cada pessoa reage de uma forma ao contato com aquele material.
Para nos permitirmos produzir, é necessário primeiramente, nos desfazermos, dos "inquisitores" da nossa mente, tais como a máxima sugere:
Há uma ambiguidade entre o desejo de produzir arte e o receio da frustração de sentir-se ridiculo, do sonho e da realidade do concretizado.Romper com o medo, com a descrença no próprio potencial é o desafio para os arteterapeutas em seu atelier.Adotando uma atitude lúdica descompromissada.Buscando descobrir e o experimentar. (FERREIRA,2003)Desafio esse , encontrados por muitos arteterapeutas e profissionais que utilizam a arte como expressão, em seu trabalho.Mas sera que este "desbloqueio criativo" deverá começar a ser rompido , apenas quando chegar a demanda em seu ateliê? Acreditamos que não, pois se tivessemos uma educação voltada para arte, mais efetiva,concerteza, as pessoas chegariam a nossos consultorios, salas de aula, ateliês, com uma visão mais abrangente e libertadora das artes.
Não sentiriam vergonha de pegar um lápis de cor, massinha, argila, pinceis, tintas (....), pelo contrário sentiriam-se resgatadas ao seu universo particular criador.Aonde ali é você quem cria o inicio, meio e fim da sua história, e aonde as pessoas podem ter a cor dos sentimentos, o cheiro das flores, e o enredo do seu coração.Sem se importar com sentido, com ordem, ou se alguém vai achar que sou louco, ou bobo, por pintar seus sentimentos. Por que então , elas sentiriam orgulho, de se permitirem, representar à elas mesmas.
Hellen Rose de Sousa lima
Psicóloga, Arteterapeuta, Arte educadora,
Esp.Neuropsicopedagogia e Neuropsicologia.
